E quando pensava que já não havia mais pérolas de Caeiro, eis que o Público traz este inédito.
Gosto do ceu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um principio e tem um fim,
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é fallar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas.
Alberto Caeiro
Transcrição de Jeronimo Pizarro
A minha transcrição favorita das três.
Final!
Há 2 anos
2 comentários:
também desconhecia este Sam... fantástico como só Alberto Caeiro consegue ser na sua simplicidade genuína...
O verdadeiro poeta da natureza como diria Pessoa :)
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