Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.

14/11/2008

Relatos atrasado de um fim de semana com muitas visitas


Não sei porquê ultimamente parece que tenho tido uma aversão a fins de semana sem fazer nenhum. Não porque não goste, até porque ficar num domingo à tarde a ver um bom filme ou a meter as minhas séries em dia acompanhado de um balde de pipocas é impecável (e não estou a falar dos filmes que passam na TV, como o enésimo Sozinho em Casa ou a trigésima nona repetição de Armaggedon ou outro qualquer disaster movie). Quando penso que é desta que vou aproveitar para anhar (expressão muito usada por mim para vegetar no sofá) aparece sempre qualquer coisa ou alguém.
Assim, vamos lá fazer um resumo alongado do que foi o fim de semana passado.
Sábado, servi de cicerone a duas herpetólogas com o vício dos anfíbios (e quem conhece este mundo sabe que herpetólogas que gostam de anfíbios é tão raro de encontrar como uma fogueira na Antárctica). Como estavam a passar férias de conclusão de Mestrado aqui pertinho (congrats na conclusão do mestrado), deram um pulinho aqui à Serra para uma saída de campo de observação de anfíbios. A tarde até foi produtiva, com muitos waltls grandes à moda da serra, as omnipresentes perezzi, uma Natrix que fugiu e muitas gallaicas que resgatamos da cisterna do costume. Ainda andamos à cata de pygmaeus mas era muito cedo na temporada e ainda não choveu que bastasse. Ficaram para uma próxima visita assim como a Fôrnea. O dia foi acabado na inevitável Maria dos Queijos para um lanche ajantarado à boa maneira da maria, com muitos queijinhos, chouriça assada e uma morcelinha impecável. A companhia era muito agradável e o dia passou-se que foi um instante. Fotos não tenho, porque alguém cujo o nome não vou mencionar ainda não mas enviou ... mas prometo que assim que as tenha as coloco aqui. Voltem sempre raparigas, é sempre bom discutir Alytes, Pelobates e Pelodytes ao jantar (e estou mesmo a falar a sério).
Domingo, mais uma roda, mais uma viagem, desta vez era a patareca e a sócia nº 2 que vinham conhecer a serra, a elas juntaram-se a Lou e a Banha e claro mais um membro da matilha. Depois de visitar a zona da bajanca, onde fomos sem querer chatear uma Titus alba que estava a dormir num algar, prosseguimos viagem para os pocilgões onde fomos obrigados a eutanasiar um tordo chumbado sem qualquer possibilidade de recuperação, bem ao menos não sofreu mais. De seguida já ao pôr do Sol seguimos para a ligeira onde as senhoras gajas já não viam a hora de chegar. A pergunta da ordem era "Já chegamos?" ao que eu respondia "Sim", daí a cinco minutos repetia-se a pergunta sempre com a mesma resposta.
Encontramos ainda muitas vacas e muitas cabras pelo caminho que serviam de modelos fotográficos à nossa patareca que se fartou de lhes tirar fotografias e encontramos ainda uma cavidade não nomeada. Eu ainda sugeri o nome "Buraco da Patareca", mas a patareca não estava muito entusiasmada com tantos espeleólogos a visitarem-lhe o buraco por isso vou ter de arranjar uma nomenclatura alternativa. O que é pena, pois eu gostava do nome "Buraco da Patareca".
Paramos ainda em casa da avó da Lou para comprar uns queijinhos secos, mas infelizmente ela só tinha dos frescos que acabou por nos oferecer.
Quando acabou a viagem já vínhamos iluminados pelo quarto-crescente que se levantava no céu. Pensei vou para casa que ainda tenho muito para fazer, mas para variar o meu fado seria outro. Mas isso fica para outro post, que este é só das passeatas.

Lampyris noctiluca a comer um caracol

Paisagens da Serra

Lagarta não identificada (era enorme)

Mais outra não identificada (lagartas não são o meu forte)

O Buraco da Patareca (denominação provisória)

Cabras malévolas

Vista na Lapa dos Pocilgões

O sujeito fotográfico favorito da Patareca

3 comentários:

Anónimo disse...

Buraco da patareca parece-me bem, para quando uma visita?
Um abraço
MS

Fuzhong! disse...

Com estas descrições todas do património natural riquíssimo da região acho que vou mesmo propor uma saída de campo para o pessoal da ilustração e cravar-te para seres cicerone. Qual seria a melhor altura para a visita?
Desta vez acho que é mesmo a sério.

Samuel da Costa disse...

Fuz, agora em Novembro e Dezembro é complicado. Mas em Janeiro é uma boa opção, vê aí entre o teu grupo de lápis-maníacos qual o fim de semana que vos dá mais jeito.
Nalga, sábado lá estaremos!