Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.

30/01/2008

O título


Ontem um amigo meu alertou-me para uma notícia no Público. O título da notícia era "Conheça os 10 anfíbios mais estranhos (e nojentos) do mundo". Ora bem, não podiam escrever a mesma notícia sem mencionar "nojentos"? O artigo até já o conhecia porque era a tradução de outro que já se encontra online. E até achei muito bem a divulgação. Mas porque raio têm de usar estes epítetos infelizes.
Indignado escrevi o seguinte mail:

Exmo. Sr.,
é com um misto de contentamento e tristeza que vejo na edição do
Público de 30 de Janeiro de 2008 um artigo sobre os anfíbios em vias
de extinção.
Contentamento porque considero que estes animais não têm a atenção
devida, já 32% das espécies de anfíbios se encontram em vias de
extinção e têm muito menos divulgação que as aves (12% em vias de
extinção) ou os mamífero (23% em vias de extinção). Assim toda a
informação adicional que se possa passar para a população é
agradecida.
Agora, não entendo é o porquê de num artigo sério e de grande
importância seja necessário o uso de epítetos tais como "Nojentos".
Porque não "interessantes", ou "em perigo", ou "misteriosos". Presumo
que o objectivo seja a venda de um maior número de jornais apelando à
curiosidade que muita pessoas têm pelo bizarro e desconhecido, contudo
este tipo de ideias apenas serve para perpetuar o estereótipo errado
que muitas pessoas têm pelos anfíbios. Que são nojentos, que causam
verrugas e outro tipo de histórias da carochinha.
Em vez de chamar a atenção para a necessidade de preservação e
conservação destes animais que cada vez mais estão tão ameaçados pela
perda de habitats, por doenças e por alterações ao seu meio natural,
procura-se o choque fácil. Francamente não me parece um tipo de
jornalismo muito correcto e para mais um tipo de jornalismo que
esperasse de um jornal como o Público.
Assim, com votos que entendam o meu ponto de vista e que este tipo de
situações sejam evitadas no futuro, despeço-me,

Samuel da Costa
Amphibio.Org

29/01/2008

A lista


Coisas a fazer:
  • Piscar o olho a uma velhota;
  • Visitar a avó que fracturou a perna em dois lados;
  • Beber um oolong;
  • Experimentar as palhinhas com sabor;
  • Fazer sushi;
  • Fotografar os waltl e pygmaeus deste ano;
  • Gritar, "F$%&$%$%, C#%$&#$";
  • Correr atrás da minha cadela enquanto ela tenta comer as ovelhas do vizinho;
  • Organizar as fotografias;
  • Ver o "Little Miss Sunshine";
  • Dar uma prenda à minha afilhada;
  • Saltar à corda (tenho andado com vontade de fazer isto);
  • Levar os putos à Paiã;
  • Comer buchetes;
  • Apanhar uma bezana no Carnaval;
  • Voltar à Ti Maria dos Queijos;
  • Vestir a minha t-shirt nova do Amphibio.Org;

28/01/2008

Culto dos 00



Shakira - Pure Intuition
O raio da música não me dai do ouvido.
Ela é boa! Errr, a música claro, errrr.

27/01/2008

O padrinho


Vou ser padrinho. Hoje fizeram-me o convite oficial.
Ela chama-se Matilde Sofia e tem quase dois mesinhos. É uma miúda linda.
Escusado seja dizer que estou todo babado. O resto do fim de semana foi interessante. Com a assembleia geral na Associação Cultural e Recreativa "Pedras Soltas" com promessas muito interessantes de actividades para este ano.
No sábado aproveitei para ajudar os meus pais com os animais deles. Já há algum tempo que não fazia isto. Andar com uma manada de vacas atrás. Ah, a boa vida. E as barrosãs estão prenhes. Vêm aí vitelinhos. Foi um excelente fim de semana.
O próximo também promete com a "Passagem de Ano - Redux" e o Reptile day na zooexótico!
Vai ser bom.

23/01/2008

Culto dos 90



Today - Smashing Pumpkins

Mais uma memória dos meus teens. Muito bom.
Today is the greatest day I've ever known.
Can't live for tomorrow, tomorrow's much too long.
Aaaaah, bons tempos!

21/01/2008

O cordyceps - Parte II

Como prometido aqui ficam as fotos:

Vista geral

Hygrocybe aurantioviscida

Ramaria spp.

Mycena haematopus

Pulcherricium caeruleum

Gymnopilus spectabilis


Exidia saccharina

Fotógrafo: Rui Oliveira Costa A quem agradeço desde já a disponibilização das fotografias (e o dia bem passado).

20/01/2008

O cordyceps


Mais um fim de semana que passou e muito bem passado. Hoje foi aprofundar os meus conhecimentos de micologia. Micologia é uma área que já há muito me fascina mas sobre a qual ainda não adquiri os conhecimentos suficientes.
Nos últimos meses a conjuntura proporcionou-se a que tivesse umas aulinhas de micologia aplicada e melhor, tudo no meio quintal. Com esta brincadeirea toda acho que já consigo identificar distinguir uma Russula, de uma Ramaria, de um Lactarius. Não que seja difícil mas entendam que os únicos que conhecia o nome eram os Macrolepiotas e os Calvatia.
O domingo foi passado com excelente companhia nas matas da minha quinta embrenhados no meio da vegetação à cata dos tão preciosos cogumelos. E o tempo passou tão depressa que nem demos pela chegada da hora de almoço (excepto pelos nossos estômagos que já roncavam). Uma sandocha depois e lá estávamos nós outra vez embrenhados em mato à procura das riquezas(e segredos) micológicas da região.
Para mim o ponto alto do passeio foi o Cordyceps militaris, um fungo parasita que ataca as Processionárias do pinheiro e as destrói por dentro tendo depois uma frutificação muito interessante (como vêem não é só no tibete que há destas coisas)
Fica o retorno prometido, quando vierem mais chuvas.
Fotos para breve!

15/01/2008

Culto do 90



K's Choice - If you're not scared (Album: Cocoon Crash)
Um dos meus álbuns favoritos de sempre. Ideal para quando me dá uma crise de tétano (i.e. deitar-me na cama a olhar pró tecto e a fazer contas à vida). De som muito pop-rock e letras agri-doces que baste é um álbum que esconde a sua força debaixo de um som bubblegum cor de rosa. Altamente recomendado.

10/01/2008

Culto dos 80



Toy Dolls - Nellie, the Elephant

08/01/2008

Os lemmings

A patrulha das salamandras


Já se tornou quase tradição de fim de semana o resgate das salamandras. Ao sábado e aos domingos lá vou eu com os putos atrás e camaroeiro às costas bater as cisternas da região. As salamandras na procura de uma lugar com água para procriarem caem dentro destes poços e não conseguem sair, morrendo ou de fome ou afogadas na água das chuvas que se acumula. Os miúdos vão todos contentes (para variar) com o camaroeiro no ombro "salvar as samalandras" e uma a uma lá as içam do poço sombrio, guardando-as dentro de um pequeno balde. Depois uma a uma retiram-nas do pequeno balde e colocam-nas perto de um muro ou amontoado de pedras para elas se poderem esconder e fugir do sol que as resseca. Nesta altura as salamandras já de tanto stress começaram a libertar as suas toxinas (salamandarina) protectoras. Os miúdos já sabem que não podem levar as mãos à boca nem tocar nos lábios ou nos olhos. Lavam as mãos no balde já vazio de salamandras e cheio de água, agarram no camaroeiro e dizem "Para a semana temos de voltar senão morrem afogadas". No outro dia ouvi um deles dizer "Podemos levar uma?" ao que um dos outros respondeu "Não, senão para o ano queres brincar com elas e já cá não estão."
Com esta brincadeira toda já o miúdos aprenderam uma lição importante. Já sabem que as nossas salamandras são da espécie Salamandra salamandra gallaica e que é importante não as retirar do seu meio ou corremos o risco de não as mais encontrar. E isto tudo com brincadeiras inocentes. Fico com confiança no futuro e orgulho nos meus putos.
De seguida vamos para casa, comemos uns medronhos pelo caminho, apanhamos uns cogumelos para comer em casa (Macrolepiotas) e vamos reconfortar o estômago com um leite quente.

05/01/2008

O Favaios


Nem sei porque me preocupo em perguntar ... Todos os anos é a mesma coisa. Onde vamos passar a passagem de ano? Nazaré, Vieira, Mira, Leiria ... Não, é para a Paiã. Já não se considera se quer outra coisa. A passagem de ano é na Paiã com os tomates à lareira a assar chouriça e a empinar bejecas. O bilhete de entrada é sempre as garrafas de Favaios. É um pequeno preço de entrada para uma noite que sempre promete.
Durante o ano os Magníficos e Ca. andam pelo mundo com promessas de reencontro, mas aquela noite é nossa. A partir do momento que entramos àquela porta todos os anos desaparecem e voltamos às noites de universidade no sofá dos capuchos.
E que fazemos perguntam vocês? Bem, sentamo-nos de mãos dadas e fazemos uma corrente do amor ... É claro que não é isso que fazemos, passamos a noite a jogar ao "Cai a noite na aldeia", ao "Desconfia", e outros jogos que tais. É bom relembrar que já somos quase trintões e a maior parte de nós com canudo, mas pronto aquela noite é passada na simplicidade, com um copo de favaios na mão, um prato de pistácios e o Jenga a balouçar em cima da mesa.
À meia-noite corremos para o miradouro e vemos o fogo de artificio até onde a vista alcança (que naquele sítio vai quase até Lisboa). A noite só acaba de dia com o sol a despontar no meio do nevoeiro da serra. A cura para a ressaca é uma laranja ainda verdinha apanhada da árvore. Depois lá voltamos nós para as nossas vidinhas e aos nossos problemas, mas aquela noite foi nossa, numa casa no meio de lado nenhum, um copo de favaios na mão e rodeados dos melhores amigos que alguma vez poderíamos ter pedido.