Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.
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15/12/2011

Bombeirando

Não sou o Super-Homem. É verdade que quando era miúdo viajava com ele nas revistas de banda desenhada importadas do Brasil e brincava com uma toalha de praia a esvoaçar por cima de muros.
Nunca quis ser bombeiro. Enquanto os putos da minha idade, deliravam a ver os carros de fogo a passar, eu ficava transfixiado pelo clarão e pelas labaredas enquanto as cinzas do alecrim caíam do céu e o cheiro a Santo António invadia o ar. Ter-me tornado bombeiro foi, como muitas outras coisas na minha vida, uma oportunidade que se me apresentou. Havia a possibilidade de criação de um Posto de Socorro na freguesia, uma ideia que tinha vindo a amadurecer na minha cabeça e que agora que sou "político" ajudei a tornar possível. Saltei de pés juntos, afinal é sempre necessário um par extra de braços.
Nunca tinha sonhado conduzir uma ambulância, ou um carro de fogo e verdade seja dita também não tenho grande apetência pela condução agora.
"Eu não seria capaz", é o que me dizem repetidamente. Não entendo. Não sou o Super-Homem, embora tenha a tendência de me comportar como tal, de ser capaz de tudo e mais alguma coisa. Mas é uma máscara, como outra qualquer. Uma máscara que pomos para ser fortes quando alguém não é, quando precisamos de ser o pilar de outros.
O coração acelera quando vou para um serviço e estremece quando chego. Não me importo. Mau será o dia em que isso deixar de acontecer. Lá, a realidade muda. O tempo acelera com o bater do coração e ao mesmo tempo abranda para um ritmo quase insuportável com a morosidade do processo. O espaço torna-se exíguo e naquele momento tudo o que existe sou eu, a minha equipa e quem necessita.
A verdade é que gosto, gosto muito. Gosto da camaradagem, de tornar os 40 kms até chegar ao hospital um bocadinho mais suportáveis, do sorriso dos meus velhotes ao me verem chegar, de me meter no meio do mato com um tanque minúsculo de água (sim, já comecei a achar alguma graça a combater fogos florestais) e das noites mal dormidas.
No meio deste ano e tal de bombeiragem como costumo dizer, aprendi muito, cresci bastante também. Não é fácil ser bombeiro, não quero com isto fazer-me de Super-Homem. Posso bem com os meus problemas, mas custa-me, custa-me muito deixar amigos no hospital, deixar a família em casa com a coração nas mãos, olhar para o medo nos olhos de outra pessoa, de dizer "vai ficar tudo bem", dizer quando alguém me diz que vai morrer "Eu também, mas não vai ser hoje." e de largar umas lágrimas escondidas quando me deito porque sabendo que não os consigo salvar todos, fica sempre a saudade.
Eu sou bombeiro? Não, ainda não. Mas um dia, quando for grande, vou ser bombeiro.

10/01/2011

Significado actual de perguntas com água no bico

"Não costumas sair?":  esta frase podia ser entendida como "És um ermita que nunca sai de casa e passa a vida agarrado ao computador", excepto quando se chega a uma certa idade. Quando se chega a uma certa idade esta frase passa a significar "Já não vais a bares e clubs e afins?" porque subentende-se que se passa a vida fora de casa no resto dos dias, quer em obrigações pessoais (leia-se compras e família), profissionais  (também conhecido como casa-trabalho, trabalho-casa) e outras obrigações. Ou seja, o que a pergunta quer realmente dizer é: "Não tens vida social?".

"Então, e onde ficou a tua mulher?": Outra pergunta fantástica que quer dizer "Tens namorada?" incluindo também um "Já casaste?" como quem não quer a coisa. Responder com "Não sei, deve estar em casa.", é mais socialmente aceite passar por porco chauvinista que estar a explicar porque raio não se trouxe a namorada/esposa, ou porque não se tem namorada/esposa.

"Vives sozinho?": Outra pergunta para se indagar sobre o estado civil. Responder com um "Às vezes!", provoca risada geral e com sorte acaba aí a conversa.

"E filhos, para quando?": Outra pergunta que traz invariavelmente água no bico. Responder com um "Sou fértil até aos 70. Ainda tenho muito tempo." e se estiver numa mesmo de mauzinho respondo com "Devido a complicações de saúde não posso ter filhos.". Resposta magnifica porque ainda conseguimos provocar uma crise de consciência ao interlocutor (resposta roubada ao meu Freaky).

"Trabalhas onde?": Traduzido por "Ganhas bem?". Responder que se trabalha em computadores. É um bocado como dizer que se trabalha na função pública. Toda a gente sabe que se faz alguma coisa mas ninguém sabe muito bem o quê.

"E que contas de novo?": O equivalente ao "Sabes como ficou o benfica", pergunta feita quando se acabou o tema de conversação. Se a pessoa interessar responder com algum episódio caricato que tenha acontecido.  Se não, começar a choramingar com problemas de saúde e/ou falta de dinheiro. Ninguém gosta de um choraminga.

Desleixo

Irra que isto já não é actualizado desde Outubro!

26/08/2010

As vicissitudes da mudança

Com a mudança de habitação estas foram algumas das coisas aprendidas nos últimos dias:

- Não se deve sair à rua em boxers.
- Se vamos mijar ao quintal e a vizinha tossir, não está a limpar a garganta. (Quem a manda olhar!)
- A bomba de água irá avariar no sábado, dia pós-ressaca, com graves distúrbios gastro-intestinais.
- Os carros do supermercado não são todos teus, e se uma senhora olhar para ti com cara de quem lhe roubou a posta de salmão, se calhar roubaste mesmo.
- A mudança na vida é tão certa como a mudança de localização das coisas no supermercado.
- Atum é estranhamente versátil.


To be continued ...

18/02/2010

Metade

Metade

Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...

Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.

E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também


Por Oswaldo Montenegro

Não tenho o hábito de meter poesia, mas gostei particularmente desta. E como mais tarde me quero relembrar, aqui fica.

10/02/2010

Nova T-Shirt


A minha futura t-shirt! Diz tudo!

13/01/2010

Benfica!

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Aprendam!

30/12/2009

Entrevista ao Pai Natal


In Jornal de Leiria, Edição de 24-12-2009

29/12/2009

Bom Ano



Torngat - Celebrating New

Boas entradas e melhores saídas!

17/10/2009

Cartaz das eleições

Conforme prometido cá fica o cartaz que um engraçadinho teve a (in)felicidade de afixar perto da assembleia de voto. Falta descobrir quem foi o chico-esperto mas não interessa, com um nível de literacia exibido na manufactura do cartaz duvido que seja possível de ter qualquer discussão racional.
Já agora obstruí o nº de telemóvel colocado, mas que uma rápida pesquisa no google revelou ser de uma acompanhante da zona de Leiria. Devo contudo louvar o esforço em conseguir o cartaz, pintar o cartaz e ir ao Correio da Manhã buscar o contacto desta jovem acompanhante, a não ser claro está que já o tivesse na lista de contactos.
Excusado seja dizer que a infeliz "acompanhante" deve ter batido todo o recorde de solicitações/chamadas.


O cartaz, esse após a vitória foi retirado por nós para servir de souvenir ;) É bom ver que o nosso projecto de apoio à natalidade foi tão bem recebido.

P.S. - Um especial obrigado a um apoiante anónimo que escreveu "Porque a actual equipa nem jeito para descascar bananas tem!".

16/10/2009

Novo secretário de junta

Bem, de certeza que já deram pela minha falta na blogosfera. Mas ultimamente o trabalho tem sido tanto e os eventos ainda mais que se torna difícil de colocar aqui o que quero exactamente. Então um pequeno resumo do que se passou entretanto.
Sexta-feira passada, recebo uma chamada para ir identificar uma aranha. Alguém tinha chegado de Angola e jurava que tinha trazido o allien com ele. Depois de levar a bicha numa garrafa de Pensal ao aranhão-mor que me disse (como eu pensava) que era uma Zoropsis spinimana perfeitamente comum nas nossas paragens tendo sido libertada num quintal algures em Porto de Mós.
Sábado foi dia de acertar as coisas lá por casa e noite de jantarada e muita conversa com os amigos. É claro que aqui o je levou uma bela garrafa de bordeaux francês para servir de lubrificante social. É claro que em véspera de grande dia tinha de acontecer algo de especial e com um beijinho do meu cão lá fui eu parar ao centro de saúde para levar uns pontinhos nas beiças.
Domingo foi dia de eleições, o dia D, o dia em que tudo mudaria, ou que tudo ficaria na mesma. Depois do levantar cedo para votar , não por opção própria mas por ter uma avó anal que quando mete uma coisa na cabeça não a tira nem que tenha de acordar o neto favorito às 8 da manhã de domingo. Passei o domingo qual zombie pela casa com falta de sono e bem cansado da semana de trabalho e propaganda. Mas valeu a pena e entre gritos de alegria, choros, fogos de artifício e mulheres a gritar "acabou-se-te a mama!", a minha pequena aldeia tinha vivido o seu pequeno 25 de Abril. Segui-se a festa de celebração e mais uma noite a deitar-me tarde. Ah, é verdade. A nossa lista ganhou mais um aderente. Fotos para breve. Próximo fim de semana, preparar a expedição franciú!

08/10/2009

Diário de uma campanha - Parte 4

Diário de uma campanha - Parte 3



Gabriel o Pensador - Até quando

Diário de uma campanha - Parte 2

E para ficar na memória a minha incursão pelo mundo da política cá deixo o folheto imortalizado para a posterioridade nos bits da World Wide Web. Daqui a quatro anos revisito-o e faço a auto-análise do tipo de político que sou, o sério que cumpre as promessas (vulgo quimera) ou o político comum (vulgo full of shit).


06/10/2009

Diário de uma campanha


Como (quase) todas as coisas nesta vida, caio de para-quedas e tento-me equilibrar o melhor possível. Depois de jurar que política não é para mim, que odeio política,que não posso com a hipocrisia, nem as intrigas, nem as mentiras, bem pela boca morre o peixe e aqui o je como se já não tivesse pano suficiente por onde se coser ainda foi arrastado para mais uma cena de alta-costura. Pois é, o proverbial peixe está metido numa lista para as autárquicas 2009. A verdade é que estou a ficar entusiasmado. Será que é desta que vou conseguir fazer pela minha terra o que já há muito tenho tentado e com resultados reais mas parcos para a minha ambição? O tempo e os eleitores o dirão. A verdade é que nunca antes se gerou uma tamanha onda (eu chamo-lhe a onda verde) perante uma campanha. Se no início me sentia confortável a verdade é que agora estou um bocado intimidado com todas as expectativas criadas. Mas isso o tempo o dirá.
Por enquanto a onda verde tem varrido todas as pessoas da freguesia. Sente-se uma esperança no ar, sente-se que há mudança, sente-se que as coisas vão mudar. Ou então estou completamente enganado e vou perder as eleições com uma pinta do caraças. Mas não interessa. A campanha foi um sucesso, as pessoas aderiram, fomos extremamente bem recebidos e cilindramos a oposição. Contudo o meu frágil corpinho já se começa a ressentir com tanta animação (que é como quem diz bebidas alcoólicas) e a verdade é que agora estou de molho com uma valente constipação a tomar anti-piréticos e mucolíticos a ver se isto passa. E já agora desejem-nos sorte para o próximo domingo.

P.S. - Como não podia deixar de ser a nossa rubrica "Apoio à natalidade" já é motivo de graçolas e já falam em eu ser o dador ... enfim ...

25/09/2009

16/09/2009

Reptile Medicine and Surgery


Chegou finalmente, por apenas $20 na Amazon comprei um livro que custa os olhos da cara em Portugal. Adoro a globalização!

P.S. - Sim, eu sei que sou ridículo.

Caricatura

Ora aqui está um caricatura que uma amiga minha fez aquando a minha ressaca:

Autoria: Psamophis

Gosto especialmente da cobra (Winty) a sair do cabelo desgrenhado.

15/09/2009

Xiiiiiiiiiii


Ena, há tanto tempo que não sustento os stalkers do meu belíssimo estaminé com as as novas coscuvilhices da minha vida que de interessante pouco tem. Então vamos lá por partes como dizia Jack o Estripador.
Continuo envolvido no hostile take over da escola da chainça que está literalmente a cair aos pedaços, com mais mato em volta que a floresta da amazónia. Vê-se luz ao fim do túnel com fundos comunitários. O que me deu pena foram as infindáveis peças que estavam na antiga escola primária votadas ao esquecimento e ao abandono. Desde os carimbos arrumados por estações e temas que nos divertíamos a pintar na escola primária, ao armário dos pesos e medidas que está a ser literalmente comido pelo caruncho. Mas já faltou mais. Virá o dia em que estaremos orgulhosos do ressuscitar da velhinha escola.
O apolítico, abominador de política e de demagogias, sem pachorra para conversas fiadas, para graxismos inúteis e inimizades viu-se mais uma vez arrastado por artes mágicas (leia-se a gaja) para o mundo do político. Mas não há-de ser nada. Ao menos levarei os meus processos avante.
Tenho descido uns buraquitos (nada de conotações sexuais, foram mesmo acidentes geológicos) e com muito gosto. Sinto-me bem lá em baixo. Tenho é de ter tempo para descer mais. De preferência que tenham verticais pequenas. Estar suspenso sobre o negrume faz-me apertar o buraco anal.
As obras têm avançado a bom ritmo tal como a sangria da carteira, embora a ida a casa da gaja me tenha dado um novo alento. Vou conseguir mobilar a casa sem me ter de prostituir a mulheres pós-menopausa que com cinquenta anos ainda não descobriram o Big O.
A casa tem tido carradas de bebés com todo o trabalho que isso acarreta, mas se há alguma que realmente me dá prazer é cuidar das minhas cobrinhas bebés.
Ah e já estou no nível 37 no WoW.

06/07/2009

Fim de Semana


Com um casamento a coincidir no mesmo dia de aniversário as coisas não se auguravam boas aqui para o aniversariante. Quando se têm uma média de 6 casamentos por ano, passamos a avaliar os casamentos na qualidade da companhia na mesa e pela qualidade do vinho. No caso a companhia era excelente e o vinho uma agradável surpresa. Um belo Mundus Branco Leve que descia como cerejas, para ajudar o teor alcoólico era bem baixo o que dava para saciar a sede e animar o espírito na mesa, que como não podia deixar de ser eventualmente degenerou no degredo total, degredo esse que era ampliado pela postura da vocalista do duo pimba que quando se sentava não deixava nada à imaginação.
O dia foi passado entre brindes (querem saber um segredo? ofereçam uns copitos ao empregado de mesa que garanto que nunca lhes faltará nada e são sempre os primeiros a ser servidos), parabéns e muuuuuuuita comida.
À noite continuou a bebida e a comida, mas terminou cedo, porque nas tasquinhas já estava mais um grupo à minha espera para posterior comemoração, desta feita dupla, já que o X e a Palmela vão ser papás, ou seja muitos caracóis, cerveja e pica-pau para toda a gente. Quando se foram, foi altura de virar as atenções para ainda outro grupo (quando as requisições são muitas tem tudo de ser cronometrado). Só sei que saí das tascas quando se recusaram a servir-nos cerveja e o sol ameaçava despontar.
No domingo andei a arrastar-me pela casa com a cabeça a latejar mas ainda ganhei forças para ir visitar a afilhada que já não via há algum tempinho.
Há noite foi altura de arroxar. Nada melhor que depois de um fim de semana em beleza, ter de me chatear a sério.