Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.

30/12/2007

A resolução


Resolução de fim de ano: Deixar de fumar!
Nestes anos todos já se tornou tradição ter esta resolução. Até porque eu já deixei de fumar. Várias vezes...

28/12/2007

Culto dos 00



The Bell Orchestre
- Throw it on a fire

27/12/2007

A consoada


Irritam-me as pessoas que não gostam do Natal, que acham que é uma altura hipócrita, que é a época do consumismo, do egocentrismo, de gastar o que se tem e o que se não tem. Francamente não me considero a pessoa mais católica, não costumo ir à missa e não tenho muita pachorra para falsos moralismos cristãos, mas sinceramente gosto do Natal e acho que iria continuar a gostar ainda que fosse judeu, jeová ou muçulmano.
Senão vejamos, ainda que não concordemos com dar prendas e gastar um balúrdio em coisas fúteis é o dia da família e para passar com a família. Como pode haver alguma coisa errada com o dia das famílias e por famílias não sou tão tapado a pensar apenas nas famílias tradicionais. Hoje cada um de nós tem muitas famílias, a da escola, a de sangue, a do trabalho, os amigos, ... enfim há tantas famílias como há cores.
Este ano para não variar passei o Natal com a família de sangue. É bom sentarmo-nos todos à mesma mesa, rir juntos, comer o bom bacalhau, os sonhos (de certo que há aqui algum sentido metafórico que me escapa) e o belo do escangalhado juntos. E depois jogar uma bela sueca ou bisca de nove em redor da fogueira enquanto esperamos pela meia-noite acompanhados de chá de cidreira e muitos sonhos. E não é pelas prendas, desenganem-se. Nesta altura já foram entregues e desembrulhadas. Ficamos à espera do vento da meia-noite. Segundo reza a tradição do lado em que estiver o vento é o lado de onde irá soprar mais durante o ano que aí vem. É uma superstição ridícula como todas as boas superstições o são, mas é a nossa tradição. Algo que ansiava enquanto era pequenino mas que nunca conseguia cumprir porque o João Pestana teimava em pesar em cima das minhas pálpebras com o peso de uma noite cheia de brincadeiras. Agora é o pretexto para passarmos a noite juntos e em amena cavaqueira a ouvir o lume crepitar.
É claro que não sou hipócrita e entendo os argumentos de "porque é que não fazes isso durante o resto do ano?", fazer faço. Mas na noite de Natal tem um sabor especial. Não sei se é o ar cristalino da noite, se o cheiro das chaminés na aldeia, sei que é como as laranjas, que sabem sempre melhor se forem apanhadas da árvore e prontamente comidas.
Quanto às pessoas que acham que o Natal é consumismo absurdo e hipocrisia institucionalizada, se calhar não o estão a fazer como deve de ser.

23/12/2007

A árvore


Ontem estive de serviço na ACR (Associação Cultural e Recreativa). Para quem não sabe o que é, trata-se de um bar que costuma funcionar no clube desportivo lá da terra de forma a financiar as actividades "desportivas" da associação.
É uma coisa que me dá gozo fazer, trabalhar num bar ou no restaurante. Já quando andava na universidade e trabalhava aos fins de semana no restaurante de forma a arranjar mais um dinheirito para passar a semana mais folgada, gostava de trabalhar no restaurante.
Nunca percebi muito bem porquê, as pessoas não costumam ser muito simpáticas e estamos ali apenas a debitar bebidas e comida como se de uma máquina de vending se tratasse. Mas não sei, agradava-me a interacção com as pessoas. Isto tudo para dizer que trabalhar numa ACR é parecido, só que com mais bebedeiras e pessoal a avacalhar.
Então conversas de bebâdo são fantásticas. A de ontem foi um verdadeiro diamante. Alguém disse que tinha estado a cag*r atrás de uma àrvore, não me perguntem a que propósito já que só apanhei a conversa a meio (isto é um dos perigos de se trabalhar assim, corre-se o risco de se ouvir o que não se quer). Nisto pergunta o outro, "Fod****, como é que car**** sabes onde é a parte detrás da árvore?" ao que o primeiro responde "Duh, é onde estava a cag*r!". Nisto segui-se a discussão mais interessante que já ouvi sobre o conceito "atrás". Eles ficaram a discutir sobre horas. Bem quando os consegui por a andar e fechar o estaminé já eram três da manhã. Mas pronto, agora já sabia onde é a parte de trás de uma árvore. E se algum tiverem de o procurar, cuidado onde põem os pés.

A ti Maria dos Queijos


Usando como desculpa a vinda de uma amiga nossa de Taiwan, os Magníficos aproveitaram esta sexta à noite para lhe mostrar uma das tradições mais típicas de Portugal. A tasca! A tasca escolhida foi como não podia deixar de ser a nossa mui típica e com excelente comida Ti Maria dos Queijos. Para quem não conhece (e dificilmente conhecerá a menos que conheça alguém que também conheça) esta taberna fica no Livramento em Porto de Mós. Não é nada chique, como a maioria das tabernas não são. Mas a comida é maravilhosa e o ambiente fantástico. Para abrir como não pode deixar de ser, tem de ser o queijinho fresco com pão a fumegar de ter saído à pouco do forno a lenha. Isto tudo para nos preparar para o que vem a seguir!
A morcela, a entremeada, a chouriça, a farinheira, as febras, alheiras, o bacalhau assado com azeite e alho e o inevitável vinho sucedem-se de forma a deixar-nos bem cheios e satisfeitos.
É sempre bom quando os Magníficos se reúnem. As conversa corre e os temas voam. Este é mesmo aquele caso em que as conversa são como as cerejas, tanto falamos de inteligência artificial, como de roupa, como de cobras, como da "vidinha" (adoro esta palavra). E então quando se junta um belo tinto é um chorrilho de risadas.
Inevitavelmente a conversa acaba num bar qualquer agarrados a algumas loiras a contar as alegrias e as tristezas que passamos juntos e separados.
Agora, para a passagem de ano há mais!

22/12/2007

O Natal

Em jeito de boas festas aos fieis leitores (sim, vocês os 6 sabem quem são!) deste blog,



Happy SILENCE! night!

20/12/2007

O binóculo


Os fieis leitores deste blog já há muito conhecem a minha apreciação da cadeia de supermercados LIDL. Às vezes comento com os meus amigos que gosto bastante do LIDL, ao que eles respondem "Pois, acredito ..." e esperam por algum dito espirituoso que os ponha a rir. Mas não, a sério que gosto. As lasagnas de lá são deliciosas e de vez em quando têm semanas temáticas onde podemos comprar produtos muito difíceis de encontrar ou exageradamente caros (sim, foi lá que comprei o tahini).
Este Natal a prenda que decidi oferecer a mim próprio foi um telescópio pela modesta quantia de 80€. Dizem-me que foi dinheiro desperdiçado, e que não me vai servir de muito. Mas sejamos sinceros. Nem que sirva apenas uma vez já valeu a pena. Aliás já serviu enquanto enregelava os tomates na geada enquanto tentava ver Marte. Mas vi e consegui até ver as calotas polares. Além do mais têm de concordar comigo, um telescópio na sala dá um certo ar de intelectual ainda que provavelmente pouco sirva mais que para um cabide catita. Não que eu precise de ar intelectual, até porque muitos dos meus amigos já dizem que tenho q.b. ("Tens uma maneira esquisita de falar!"). Mas isto tudo para dizer que para a semana vou comprar um par de binóculos, e sim podem dizer que são rascas e afins. Mas não, são Bresser que para quem não sabe pertence à marca Meade, a conceituada de telescópios e para além disso têm prismas BAK-4. Assim se precisarem de um par de binóculos com uma fenomenal relação qualidade/preço, prismas BAK-4, ampliação de 10x50 para observação astronómica, da fauna ou mesmo do Nuno Gomes a marcar um golo no estádio da Luz (acreditem que é um fenómeno raro), podem desembolsar a fantástica quantia de 19,90€ e partir para casa com uma par de olhos novos.

19/12/2007

O frio


Segunda-feira recebi mais uma prendinha de Natal, desta vez foram os senhores da GNR que me ofereceram um papelinho verde no valor de 120€. São realmente simpáticos.
Ia eu na minha vidinha para variar numa segunda-feira de manhã (e depois admiram-se da minha aversão às 2ªs de manhã) quando o senhor me manda encostar à box. "Os papeis da viatura se faz favor", depois de lhos ter entregue disse-me "Sabe, ia em excesso de velocidade" ao que respondi "É provável". "Vai ter de pagar já a multa para não ficar com os documentos apreendidos" eu acedi e saí do calor da minha "chauffage" para o frio.
Enquanto senhor guarda preenchia os meus dados desabafou "Sabe eu também preferia não estar aqui", ao que eu respondi "Pois, está frio!". Ele olhou e disse "Não, não é por isso." ao que me calei para não fazer mais figura de parvo arrogante.
Para ajudar e para ajudar a situação, o MB não funcionava então tive de ir a cascos de rolha levantar dinheiro para pagar a multa.
Depois de pagar e de chegar atrasado pelo menos uma hora lá dei início a mais uma semana de trabalho.

16/12/2007

A cobra


No fim de semana foi data de exposalão. E lá estive com as cobras a mão a tirar preconceitos da cabeça das pessoas. Isto é das que não fugiam e se estatelavam contra os transeuntes incautos. Até pessoal de cadeira de rodas fugia de mim e das minhas cobras ... Mas se queremos ser surpreendidos pela humanidade é ter uma cobra na mão. Obtemos as reacções mais diferentes. Desde os gritinhos histéricos, até aos "ai que linda", as reações são as mais diversas. Mas de vez em quando aparece alguém que nos surpreende, ou porque esperávamos que aceitasse bem a cobra ou que pelo contrário foge de nós como o diabo da cruz.
Ontem na exposalão, lá estava com um magote de pessoas à minha volta, quando de entre a multidão vejo dois olhos a brilhar, aproximo-se quando reparo num rapaz mais alto que eu com sérias dificuldades em movimentar-se e ainda mais a falar. Mas o sorriso e o brilho dos olhos era evidente. Olhava para a cobra como quem via um pequeno tesouro, perguntei-lhe se lhe queria pegar e ele a muito custo sussurrou que sim. Vinha acompanhado pelo pai que o apoiava e ajudava a movimentar-se e, imagino, que também pela madrasta, uma senhora brasileira que ia tirando fotografias.
A descoordenação das suas mãos tornava um pouco difícil a acompanhar os movimentos
lentos da cobra mas com a ajuda do pai lá ia conseguindo. Ele continuava completamente maravilhado com a cobra, quando o pai lhe disse "Filho, quando ficares bom, vais ter também uma cobra assim", se já estava comovido, pior fiquei, a minha garganta enrolou-se, deu um nó e os olhos incharam. O pai perguntou-me de onde era originária, eu abri a boca e saiu silêncio, tossi, ajeitei a garganta e lá lhes expliquei que vinham da América do norte. Continuamos na conversa por bem mais dez minutos, em que o pai juntamente com o filho me iam contando as suas peripécias com cobras encontradas no campo e que o filho adorava estes pequenos animais.
Entretanto mais pessoas se iam juntando à nossa volta, e a conversa já se tornava difícil com tantas pessoas a fazerem perguntas e a quererem tocar na cobra, assim eles agradeceram e seguiram o caminho, já iam quase no final do stand quando me lembrei da pequena crimson que lá tinha e que ele ia gostar de a conhecer, gritei de longe se queria ver uma pequena cria. Os olhos dele voltaram-se a encher de luz e o pai disse que sim que gostariam muito. Tirei a pequena do terrário que se enrolou numa espiral na mão em berço dele. Mais umas perguntas e respostas depois o pai agradeceu muito a oportunidade elogiou a nossa iniciativa. Agradeci e desejei umas boas festas e vi-os partir.
Fiquei a pensar, nos bichos "peçonhentos, nojentos e viscosos" que tinha dentro do terrário, e na alegria que tinham dado àquela família e voltei para o meio da multidão com entusiasmo redobrado.

11/12/2007

A atirada


Hoje estava no café e pedir o pastel de nata do costume com a televisão sintonizada no Natal dos Hospitais onde estava um clone do Michael Carreira a cantar quando ouço um "Eh pá, é mesmo bom. Para mim era a estrear!", ainda me lembrei se seria algum homem das obras e eu tinha ouvido o género dos adjectivos mal, mas não era mesmo uma mulher. Ela lá continuou com os seus piropos "Chamava-lhe um figo", "Tem um cuzinho!". Ao que as amigas concordavam e mandavam galhardetes semelhantes.
Mas onde é que este mundo vai parar? A seguir vamos ter mulheres penduradas em andaimes e a dizer "Lambia-te todo!" e "Oh filho, o teu pai deve ser engenheiro". E depois? Começam a deixar crescer crescer a barriga, encostam-se ao balcão, ajeitam um fio dental entre as pernas e dizem "Oh chefe, uma imperial e um pires de tremoços!" ? O futebol já não é nosso, senão experimentem estar a ver um jogo no café e a ouvir "O Figo tem umas pernas ui ui" e um "O Nuno Gomes é mesmo bom!" é que tira a concentração toda a um gajo. Ainda se fossem "Oh paspalho vai pra casa" ou um "O Liedson não joga um car****". Enfim, falam na guerra dos sexos mas ninguém fala da invasão ...

10/12/2007

A melga


É normal eu ter melgas no quarto em Dezembro?! Dasse!

O terrorista


Este fim de semana foi um sem grandes eventos, que depois da confusão da exposição do último e da correria que vai ser o próximo (com a Aquadecor) esforcei-me ao máximo para não fazer nenhum ...
Normalmente estes tipos de planos não me correm nada bem e há sempre uma carrada de coisas para fazer. Assim comecei por ir à minha quinta onde esperava encontrar mais um fardo de palha suficiente para alimentar os cavalos todos do Ribeiro Teles enfiado na chaminé. Depois de muitos nomes chamados à p*** dos pássaros enquanto removia a tampa da chaminé qual não foi o meu espanto quando a encontrei limpinha! Aliás tinha um pequeno ninho metido no pescoço da chaminé, mas que foi facilmente removido. Aproveitei já que lá estava para por o meu guia recém chegado da Amazon em uso e ainda deu para identificar alguns cogumelos. O ponto alto da identificação foi o Calvatia gigantea encontrado com um diâmetro de 50 cms(!). Agora sabe-se lá quando vai ser a próxima sessão de identificação.
No sábado à noite foi uma ida até ao café para pôr a conversa em dia. Mandaram-me ainda o seguinte vídeo que está fenomenal! Senão vejam:



No domingo foi levar a Lobita ao veterinário. Eu preocupado que a cadela estava com um surto de fungos e que ia contagiar o resto da ninhada, quando afinal não passava de acne! Acne, por amor de deus, quem é que adivinhava que cães ganham acne.
À tarde foi comprar roupa, eu odeio comprar roupa, e não digo isto de ânimo leve ... É mesmo um ódio profundo, o provar, o ver se fica bem, o "este fica-lhe melhor", ganho suores frios e só me apetece fugir dali pra fora. Ainda mais em véspera das festa. E depois parece-me sempre dinheiro mal gasto, porque raio é que não posso andar sempre vestido de sweats e calças de fato treino?!? Também não estou a falar dos fatos de treinos rosa choque, mas aqueles que mais parecem pijamas e nem reparamos que já estamos vestidos. Depois de largar a notita da praxe lá vim eu pra casa, com um fim de semana já passado. Da ida ao centro comercial safaram-se as velhoses e o escangalhado que comprei na padaria do rés-do-chão que comi em casa. Mais bem empregues foram os 10€ nestas gulodices que a porra dos 200€ em roupa!

07/12/2007

A cobra

Não consegui resistir e fiz uma compra inesperada na AVISAN, para além da programada.

Lampropeltis alterna

A minha:




Como vai ficar em adulta:



A desejada e encomendada Lampropeltis getula holbrooki,

A minha:


Como vai ficar em adulta:




A exposição correu bastante bem, tirando alguns stresses do costume, mas o melhor foi mesmo o convívio. Teve de tudo, desde os interessados aos que fugiam a sete pés. E umas sandochas de leitão que não vos digo nada. Se passarem pelo CNEMA peçam a sandes de leitão. Vale a pena, oh se vale.
De resto era a malta do costume, galinhas, patos, porcos da índia, o Pantanal, ... E não teve muita afluência, ser dia de caça e jogar o glorioso no sábado à noite acredito que não tenha ajudado mesmo nada. Mas foi engraçado.

P.S.- Falta a orquídea e o micro-ondas...

06/12/2007

Day too soon

Aqui fica uma amostra do que virá em 2008 no novo álbum de Sia, Some People Have Real Problems.



Sia - Day too soon