Sensor de presença

Detesto casas de banho com sensores de presença. Primeiro fazemos sempre figuras de otários à procura da porra do botão que liga a luz até que há alguma alma caridosa que nos diz que há sensor de presença, ou então entramos decididos a não errar o urinol deixando a porta semi-aberta para passar uma nesga de luz, quando como por magia se acende a luz. Mas isto não é o que realmente me irrita.
O que me irrita é estar sentado com as calças nos tornozelos, a defecar, quando se apaga a porcaria da luz, então ali estamos nós com o dito meio atravessado sem hipótese de qualquer tipo de movimento a esbracejar para o sensor na vã esperança que ele detecte que ainda estamos a meio caminho de completar o serviço e decida dar alguma iluminação.
Eu percebo e simpatizo com a necessidade de economizar electricidade, mas obrigar um homem adulto a esbracejar durante um momento que deveria ser pacato e de profunda introspecção é no mínimo cruel já para não falar do ridículo ter que esbracejar como se estivéssemos no meio de quarenta mil pessoas a tentar chamar a atenção a um amigo lá longe para poder acertar com o raio do rolo de papel higiénico que nunca está onde deveria!