02/12/2012
So this is goodbye ...
Há uns anos iniciei este blog. Estava num sítio diferente, era uma pessoa diferente, tinha objectivos diferentes. Por diversas vezes tentei ressuscitar este blog, mas, ou por isto ou por aquilo, nunca pegou muito bem. Poderia dizer que o facebook matou o blog, ou outra coisa assim qualquer.
O certo é que o que tenho para dizer ou não me apetece dizer aqui ou não faz sentido dizer aqui.
Este é o derradeiro post neste blog. É melhor um ponto final que reticências. Vêmo-nos por aí. Quanto ao blog, vai ficar no ar. Vai ser um espelho de uma era, um fantasma de um ciber-espaço.
Um dia voltarei a relê-lo como quem relê um caderno da escola primária, ou um diário guardado no fundo de uma gaveta e sentirei orgulho e pena de quem fui. A todos os meus assíduos leitores obrigado por me terem acompanhado. Foi um prazer ter-vos por cá (sim, toda a meia-dúzia de vocês).
Até sempre!
16/12/2011
Culto dos 2000
Fanfarlo - Comets
E como o blog não ficaria completo sem o balanço musical de 2011, aqui fica a minha música do ano (embora tenha saído muito antes de 2011).
Separadores
Música
15/12/2011
Bombeirando
Não sou o Super-Homem. É verdade que quando era miúdo viajava com ele nas revistas de banda desenhada importadas do Brasil e brincava com uma toalha de praia a esvoaçar por cima de muros.
Nunca quis ser bombeiro. Enquanto os putos da minha idade, deliravam a ver os carros de fogo a passar, eu ficava transfixiado pelo clarão e pelas labaredas enquanto as cinzas do alecrim caíam do céu e o cheiro a Santo António invadia o ar. Ter-me tornado bombeiro foi, como muitas outras coisas na minha vida, uma oportunidade que se me apresentou. Havia a possibilidade de criação de um Posto de Socorro na freguesia, uma ideia que tinha vindo a amadurecer na minha cabeça e que agora que sou "político" ajudei a tornar possível. Saltei de pés juntos, afinal é sempre necessário um par extra de braços.
Nunca tinha sonhado conduzir uma ambulância, ou um carro de fogo e verdade seja dita também não tenho grande apetência pela condução agora.
"Eu não seria capaz", é o que me dizem repetidamente. Não entendo. Não sou o Super-Homem, embora tenha a tendência de me comportar como tal, de ser capaz de tudo e mais alguma coisa. Mas é uma máscara, como outra qualquer. Uma máscara que pomos para ser fortes quando alguém não é, quando precisamos de ser o pilar de outros.
O coração acelera quando vou para um serviço e estremece quando chego. Não me importo. Mau será o dia em que isso deixar de acontecer. Lá, a realidade muda. O tempo acelera com o bater do coração e ao mesmo tempo abranda para um ritmo quase insuportável com a morosidade do processo. O espaço torna-se exíguo e naquele momento tudo o que existe sou eu, a minha equipa e quem necessita.
A verdade é que gosto, gosto muito. Gosto da camaradagem, de tornar os 40 kms até chegar ao hospital um bocadinho mais suportáveis, do sorriso dos meus velhotes ao me verem chegar, de me meter no meio do mato com um tanque minúsculo de água (sim, já comecei a achar alguma graça a combater fogos florestais) e das noites mal dormidas.
No meio deste ano e tal de bombeiragem como costumo dizer, aprendi muito, cresci bastante também. Não é fácil ser bombeiro, não quero com isto fazer-me de Super-Homem. Posso bem com os meus problemas, mas custa-me, custa-me muito deixar amigos no hospital, deixar a família em casa com a coração nas mãos, olhar para o medo nos olhos de outra pessoa, de dizer "vai ficar tudo bem", dizer quando alguém me diz que vai morrer "Eu também, mas não vai ser hoje." e de largar umas lágrimas escondidas quando me deito porque sabendo que não os consigo salvar todos, fica sempre a saudade.
Eu sou bombeiro? Não, ainda não. Mas um dia, quando for grande, vou ser bombeiro.
Nunca quis ser bombeiro. Enquanto os putos da minha idade, deliravam a ver os carros de fogo a passar, eu ficava transfixiado pelo clarão e pelas labaredas enquanto as cinzas do alecrim caíam do céu e o cheiro a Santo António invadia o ar. Ter-me tornado bombeiro foi, como muitas outras coisas na minha vida, uma oportunidade que se me apresentou. Havia a possibilidade de criação de um Posto de Socorro na freguesia, uma ideia que tinha vindo a amadurecer na minha cabeça e que agora que sou "político" ajudei a tornar possível. Saltei de pés juntos, afinal é sempre necessário um par extra de braços.
Nunca tinha sonhado conduzir uma ambulância, ou um carro de fogo e verdade seja dita também não tenho grande apetência pela condução agora.
"Eu não seria capaz", é o que me dizem repetidamente. Não entendo. Não sou o Super-Homem, embora tenha a tendência de me comportar como tal, de ser capaz de tudo e mais alguma coisa. Mas é uma máscara, como outra qualquer. Uma máscara que pomos para ser fortes quando alguém não é, quando precisamos de ser o pilar de outros.
O coração acelera quando vou para um serviço e estremece quando chego. Não me importo. Mau será o dia em que isso deixar de acontecer. Lá, a realidade muda. O tempo acelera com o bater do coração e ao mesmo tempo abranda para um ritmo quase insuportável com a morosidade do processo. O espaço torna-se exíguo e naquele momento tudo o que existe sou eu, a minha equipa e quem necessita.
A verdade é que gosto, gosto muito. Gosto da camaradagem, de tornar os 40 kms até chegar ao hospital um bocadinho mais suportáveis, do sorriso dos meus velhotes ao me verem chegar, de me meter no meio do mato com um tanque minúsculo de água (sim, já comecei a achar alguma graça a combater fogos florestais) e das noites mal dormidas.
No meio deste ano e tal de bombeiragem como costumo dizer, aprendi muito, cresci bastante também. Não é fácil ser bombeiro, não quero com isto fazer-me de Super-Homem. Posso bem com os meus problemas, mas custa-me, custa-me muito deixar amigos no hospital, deixar a família em casa com a coração nas mãos, olhar para o medo nos olhos de outra pessoa, de dizer "vai ficar tudo bem", dizer quando alguém me diz que vai morrer "Eu também, mas não vai ser hoje." e de largar umas lágrimas escondidas quando me deito porque sabendo que não os consigo salvar todos, fica sempre a saudade.
Eu sou bombeiro? Não, ainda não. Mas um dia, quando for grande, vou ser bombeiro.
10/01/2011
Significado actual de perguntas com água no bico
"Não costumas sair?": esta frase podia ser entendida como "És um ermita que nunca sai de casa e passa a vida agarrado ao computador", excepto quando se chega a uma certa idade. Quando se chega a uma certa idade esta frase passa a significar "Já não vais a bares e clubs e afins?" porque subentende-se que se passa a vida fora de casa no resto dos dias, quer em obrigações pessoais (leia-se compras e família), profissionais (também conhecido como casa-trabalho, trabalho-casa) e outras obrigações. Ou seja, o que a pergunta quer realmente dizer é: "Não tens vida social?".
"Então, e onde ficou a tua mulher?": Outra pergunta fantástica que quer dizer "Tens namorada?" incluindo também um "Já casaste?" como quem não quer a coisa. Responder com "Não sei, deve estar em casa.", é mais socialmente aceite passar por porco chauvinista que estar a explicar porque raio não se trouxe a namorada/esposa, ou porque não se tem namorada/esposa.
"Vives sozinho?": Outra pergunta para se indagar sobre o estado civil. Responder com um "Às vezes!", provoca risada geral e com sorte acaba aí a conversa.
"E filhos, para quando?": Outra pergunta que traz invariavelmente água no bico. Responder com um "Sou fértil até aos 70. Ainda tenho muito tempo." e se estiver numa mesmo de mauzinho respondo com "Devido a complicações de saúde não posso ter filhos.". Resposta magnifica porque ainda conseguimos provocar uma crise de consciência ao interlocutor (resposta roubada ao meu Freaky).
"Trabalhas onde?": Traduzido por "Ganhas bem?". Responder que se trabalha em computadores. É um bocado como dizer que se trabalha na função pública. Toda a gente sabe que se faz alguma coisa mas ninguém sabe muito bem o quê.
"E que contas de novo?": O equivalente ao "Sabes como ficou o benfica", pergunta feita quando se acabou o tema de conversação. Se a pessoa interessar responder com algum episódio caricato que tenha acontecido. Se não, começar a choramingar com problemas de saúde e/ou falta de dinheiro. Ninguém gosta de um choraminga.
"Então, e onde ficou a tua mulher?": Outra pergunta fantástica que quer dizer "Tens namorada?" incluindo também um "Já casaste?" como quem não quer a coisa. Responder com "Não sei, deve estar em casa.", é mais socialmente aceite passar por porco chauvinista que estar a explicar porque raio não se trouxe a namorada/esposa, ou porque não se tem namorada/esposa.
"Vives sozinho?": Outra pergunta para se indagar sobre o estado civil. Responder com um "Às vezes!", provoca risada geral e com sorte acaba aí a conversa.
"E filhos, para quando?": Outra pergunta que traz invariavelmente água no bico. Responder com um "Sou fértil até aos 70. Ainda tenho muito tempo." e se estiver numa mesmo de mauzinho respondo com "Devido a complicações de saúde não posso ter filhos.". Resposta magnifica porque ainda conseguimos provocar uma crise de consciência ao interlocutor (resposta roubada ao meu Freaky).
"Trabalhas onde?": Traduzido por "Ganhas bem?". Responder que se trabalha em computadores. É um bocado como dizer que se trabalha na função pública. Toda a gente sabe que se faz alguma coisa mas ninguém sabe muito bem o quê.
"E que contas de novo?": O equivalente ao "Sabes como ficou o benfica", pergunta feita quando se acabou o tema de conversação. Se a pessoa interessar responder com algum episódio caricato que tenha acontecido. Se não, começar a choramingar com problemas de saúde e/ou falta de dinheiro. Ninguém gosta de um choraminga.
Separadores
Vidinha
15/10/2010
Facto da Semana
Facto da semana
Finanças do Estado são problema que vem de há séculos
Olhando para a nossa história percebe-se que nunca con- seguimos gerir da melhor forma as finanças do Estado. Por um lado, o elevado peso da administração pública nas contas do País foi sempre constante e, por outro, raramente revelá- mos bom senso na aplicação das receitas, principalmente nos períodos mais favoráveis de que a época dos descobrimentos ou, mais recentemente, as décadas em que recebemos avulta- dos fundos comunitários, são bons exemplos.
Numa altura em que tanto se discute o futuro de Portugal, principalmente devido à grave crise económica e social que atravessamos, é preocupante perceber que o problema possa estar no próprio ADN dos portugueses (!) e enraizado na sua cultura, sendo, assim, mais difícil implementar as mudanças necessárias para a ultrapassar.
Que comentários lhe merece esta questão?
Pontos de vista
Não é uma questão genética. É maisuma questão de saúde pública. Faz falta aos portugueses uma boa política de saúde oral, para conseguirem ter "dentes" para roer os ossos do ofício. As más práticas da Administração Pública já se prolongaram durante muito tempo sem que ninguém conseguisse ter a coragem e a determinação de as conter.
Samuel da Costa,
programador informático, Leiria
In Jornal de Leiria Edição 1370 14 de Outubro de 2010
Finanças do Estado são problema que vem de há séculos
Olhando para a nossa história percebe-se que nunca con- seguimos gerir da melhor forma as finanças do Estado. Por um lado, o elevado peso da administração pública nas contas do País foi sempre constante e, por outro, raramente revelá- mos bom senso na aplicação das receitas, principalmente nos períodos mais favoráveis de que a época dos descobrimentos ou, mais recentemente, as décadas em que recebemos avulta- dos fundos comunitários, são bons exemplos.
Numa altura em que tanto se discute o futuro de Portugal, principalmente devido à grave crise económica e social que atravessamos, é preocupante perceber que o problema possa estar no próprio ADN dos portugueses (!) e enraizado na sua cultura, sendo, assim, mais difícil implementar as mudanças necessárias para a ultrapassar.
Que comentários lhe merece esta questão?
Pontos de vista
Não é uma questão genética. É maisuma questão de saúde pública. Faz falta aos portugueses uma boa política de saúde oral, para conseguirem ter "dentes" para roer os ossos do ofício. As más práticas da Administração Pública já se prolongaram durante muito tempo sem que ninguém conseguisse ter a coragem e a determinação de as conter.
Samuel da Costa,
programador informático, Leiria
In Jornal de Leiria Edição 1370 14 de Outubro de 2010
Separadores
Desabafo
26/08/2010
As vicissitudes da mudança
Com a mudança de habitação estas foram algumas das coisas aprendidas nos últimos dias:
- Não se deve sair à rua em boxers.
- Se vamos mijar ao quintal e a vizinha tossir, não está a limpar a garganta. (Quem a manda olhar!)
- A bomba de água irá avariar no sábado, dia pós-ressaca, com graves distúrbios gastro-intestinais.
- Os carros do supermercado não são todos teus, e se uma senhora olhar para ti com cara de quem lhe roubou a posta de salmão, se calhar roubaste mesmo.
- A mudança na vida é tão certa como a mudança de localização das coisas no supermercado.
- Atum é estranhamente versátil.
To be continued ...
- Não se deve sair à rua em boxers.
- Se vamos mijar ao quintal e a vizinha tossir, não está a limpar a garganta. (Quem a manda olhar!)
- A bomba de água irá avariar no sábado, dia pós-ressaca, com graves distúrbios gastro-intestinais.
- Os carros do supermercado não são todos teus, e se uma senhora olhar para ti com cara de quem lhe roubou a posta de salmão, se calhar roubaste mesmo.
- A mudança na vida é tão certa como a mudança de localização das coisas no supermercado.
- Atum é estranhamente versátil.
To be continued ...
Separadores
Vidinha
10/08/2010
A pedido de muitas famílias
A pedido de muitas famílias cá vai a minha actualização. Poderia-se pensar que o desemprego implica mais tempo livre. Nada mais errado, entre a casa nova e o resto dos projectos paralelos o tempo tem sido escasso para muita tristeza dos que querem passar algum tempo comigo. Enfim, vai-se fazendo o que se pode mas o dom da ubiquidade dava muito jeito ao já meu elevado rol de dons.
Agora já na casa nova a bicharada vai aparecendo. Os primeiros "pets" são (tambores):
- Polistes dominula
Os habitantes do meu beiral com os quais negociei umas tréguas. Elas não me mordem e eu não lhes despejo o Dum Dum em cima. Até ver o tratado de paz tem funcionado. A ver até quando.
- Araneus diadematus
A habitante do meu terraço. Esta fêmea dedicou-se a fazer um teia enorme entre as minhas duas chaminés. É inofensiva e bastante meiga. Bem mais pacífica que os meus vizinhos beligerantes do sul.
De resto sou visitado por outra bicharada frequentemente. Os Athene noctua são a companhia de algumas noites solitárias. São uns castiços.
E pronto tem sido isto. Mais novidades para breve!
Agora já na casa nova a bicharada vai aparecendo. Os primeiros "pets" são (tambores):
- Polistes dominula
Os habitantes do meu beiral com os quais negociei umas tréguas. Elas não me mordem e eu não lhes despejo o Dum Dum em cima. Até ver o tratado de paz tem funcionado. A ver até quando.
- Araneus diadematus
A habitante do meu terraço. Esta fêmea dedicou-se a fazer um teia enorme entre as minhas duas chaminés. É inofensiva e bastante meiga. Bem mais pacífica que os meus vizinhos beligerantes do sul.
De resto sou visitado por outra bicharada frequentemente. Os Athene noctua são a companhia de algumas noites solitárias. São uns castiços.
E pronto tem sido isto. Mais novidades para breve!
Subscrever:
Mensagens (Atom)