É giro quando me perguntam qual a minha profissão, não conheço nenhum outro bloqueador de conversador tão eficaz (excepto, talvez falar de sexo a senhoras púdicas). Normalmente não complico muito e a conversa corre mais ou menos assim:
Alguém: Então, trabalhas em quê?
Eu: Sou programador.
A. : Ah, e isso é o quê?
E. : Faço programas para computadores.
A. : *silêncio*
A. : Viste o jogo do Benfica este fim de semana.
Bem visto até nem é mau de todo. Assim, evitam o problema de ter de explicar algo sobre o qual não fazem a mínima ideia do que é. Mas ocasionalmente ocorrem estas conversas.
Alguém: Então, trabalhas em quê?
Eu: Sou programador.
A. : Ah, e isso é o quê?
E. : Faço programas para computadores.
A. : Ah, isso é bom. Tem muitas saídas e muita procura.
E. : Sim, algumas.
A. : Eh pá, o meu computador lá em casa faz XYZ quando carrego em ASDF, fazes ideia do que possa ser.
E. : Não sei, possivelmente será spyware (a nossa resposta catch all, tipo o síndroma gripal dos médicos ou as gastroenterites). Tens anti-spyware instalado?
A. : E isso é o quê?
E. : Um programa para impedir outros programas maus (notem o realce em mau).
A. : Pois, não sei. Podias lá passar um dia destes?
...
Um benefício é que a partir do momento em que as pessoas sabem o que fazes deixam de fazer perguntas sobre o trabalho. O máximo que apanho são, "Então o trabalho está a correr bem?", a que respondo com o sim, porque o não implicaria essa pessoa perguntar o que se passava ao que teria de responder com um "Tenho a puta de um SQL que me está a dar cabo da cabeça" ou um "Ando à caça de memory leak e não faço ideia onde está o gajo. Deve estar perdido nalguma thread.", a que inevitavelmente se segue um "Pois, isso é lixado. Viste o jogo do Benfica no Domingo?".
Mas podia ser pior, acho eu ... Podia ser médico? Será que a esses também lhe pedem para passar lá por casa para ver um furúnculo infectado?