Mas os atlas valem por outras razões mais fortes.
Em Portugal há um enorme déficit de naturalistas. De pessoas que gostem de andar por aí e que registem o que vêem. Parte será porque somos mesmo assim, mas parte resulta da insuportável arrogância de grande parte da nossa academia que trata tudo o que seja informação "wiki" como lixo. E isso é muito evidente na área da biodiversidade, com excepções com certeza, e até bastantes e cada vez mais, onde a praga das citações vem tornado uma tortura a leitura de documentos da academia sobre a biodiversidade.
Raros são os textos simples, directos, com informação de campo que reflictam a distância da racionalidade necessária e a proximidade da emoção inevitável que definem os bons naturalistas.
Ora os atlas, para mim, deveriam ser o intrumento central do registo organizado da informação produzida por toda a gente e, sobretudo, pela sua simplicidade de objectivos ("ver" ou "não ver" uma coisa) e pelo facto de serem processos de mão de obra intensiva no campo são o mais poderoso instrumento que conheço de formação e integração de novos naturalistas.
IN http://ambio.blogspot.com/2008/12/atlas.html