Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.

13/06/2008

Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas

E quando pensava que já não havia mais pérolas de Caeiro, eis que o Público traz este inédito.

Gosto do ceu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um principio e tem um fim,
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é fallar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas.
Alberto Caeiro

Transcrição de Jeronimo Pizarro
A minha transcrição favorita das três.

2 comentários:

[adriana oliveira] disse...

também desconhecia este Sam... fantástico como só Alberto Caeiro consegue ser na sua simplicidade genuína...

Samuel da Costa disse...

O verdadeiro poeta da natureza como diria Pessoa :)