Histórias de eventualidades, improbabilidades, bicharadas, noitadas e coisas do arco da velha que de alguma forma me acabam sempre por acontecer. Crónicas diárias com a matilha, muita bicharada à mistura, muita música e sempre com um humor caústico como muita gente gosta de o caracterizar.

19/11/2008

A portagem


Só a mim, só a mim é que acontecem estas coisas. Estava eu em casa num belo sábado à tarde com muito para fazer mas com pouca vontade de o fazer quando penso "Vou até Lisboa levantar o prémio do concurso de fotografia.", porque com o Natal à porta, a espeleo e sabe-se lá mais o quê não faço ideia de quando terei mais um fim de semana livre para fazer o que quer que seja.
Se bem o pensei melhor o fiz. Ora, o prémio era crédito na loja no valor de 150€ (nada mau) então sentia-me como um puto na manhã de Natal, com tanto para ver que nem sabia para onde me virar. Escolho meia dúzia de coisas, entre os quais dois ratos de laboratório, que pensei oferecer às miúdas.
Puz-me a caminho de volta a casa, quando paro nas portagens de Torres Novas olho para o lado e vejo o filho da p*** do rato empoleirado em cima da caixa a olhar para mim feito otário. Considerando a perspectiva de ter um rato à solta no carro a roer-me os estofos e a fiação eléctrica da viatura agora no c***** pelo rabo e entrego o MB e o ticket da portagem rapidamente à senhora que diz "Que giro, um hamster." ao que me calei, imaginando os gritos histéricos se lhe dissesse que era mesmo um rato.
Ora com aquele corropio todo, de receber o ticket e o MB tento-me lembrar de um sítio seguro para guardar o rato, já que a caixa onde tinha vindo estava fechada com fita-cola (o FDP roeu um buraco num dos respiradouros), penso "bolso do casaco", agarro no rato com a outra mão e o filho da p*** dá-me uma ferroada no dedo ao que larguei o bem grande "FOD****", ao que a senhora perguntou "Mordeu?", enquanto eu só me apetecia espetar com a merda do rato contra o volante do carro e acabar já ali a história, mas não fosse a senhora acusar-me de assassínio de hamsters engoli em seco e enfiei o rato no bolso enquanto a gaja ria. Agarrei no MB e no recibo e parei no parque das portagens para meter os dois ratos no bolso, não fosse o outro fugir também. E lá fui eu para casa com dois ratos no bolso e um dedo a pingar sangue.
Deve ser giro ser daquelas pessoas que estão nas portagens.

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